Do meu Taquaral querido,
Eu agora vou falar,
É terra que eu tanto gosto,
Por isso quero homenagear.
Eu vi o Taquaral nascer
Do meio do matagal
Assisti com muito orgulho
O lançamento de sua pedra fundamental.
Falarei em algumas pessoas
Que presenciaram essa realidade
Uns são testemunhas como eu
Outros descansam na eternidade.
Primeiro que eu falo
É de um grande lutador
Achiles Ribeiro de Araújo
O primeiro professor.
Tem coisa que a gente não esquece
Fica sempre na lembrança
É de um passado muito antigo
Quando eu era ainda criança.
Comecei estudar lá
Em uma casinha ao lado do campo
Feita de adobe e de madeira roliça
Não tinha folha de porta e poucos bancos.
Tudo era muito simples,
Mas gostoso de viver
Aquela felicidade contagiante
Não dá para esquecer.
O progresso foi chegando
Taquaral foi premiado
Ganhou um grupo moderno
Grande e confortado.
Isso que falo é verdade
Quero que você veja
Naquela ância de progresso
A comunidade construiu uma igreja.
Primeiro festeiro foi Adelonso
Homem alegre e estimado
Foi a maior festa de todos os tempos
Do meu Taquaral afamado.
Teve parque e rodeio
Nunca me esqueci algumas cenas
“Zé Cunha” oferecia para o Milto Cunha
A música: – Berrante da Madalena.
Me lembro do Realino
Sistemático e impertenente
Também tinha Pedro Lino
Respeitado por ser valente.
E o nosso saudoso André
Que da minha mente não sai
Era esperto igual um curisco
O grande amigo do meu pai.
José Cuiabano e Valdomiro Gonzaga
Dois homens de verdade
Nos corações dos taquareiros
Deixaram recordações e saudades.
Tem também três grandes homens
Que merecem ser lembrados
Abel Vieira e Abel Pereira
E o Sebastião Lino seus cunhados.
A coisa que a gente não esquece
Parece até brincadeira
Como a prosa do José Lino
E a risada do Joaquim Vieira.
Tudo que Deus faz é perfeito
Tem uma que acho muito certo
Deu a brabeza para o “Dito Borges”
E a calma para o Manoel Gualberto.
José Lopes e Geraldo Lino
Foram dois grandes carreiros
E o nosso saudoso João do Osvaldo
Um animado violeiro.
Milton Cunha e José Pedro
Eram os boiadeiros da região
Coitado do Ovídio Cunha
Foi morto por um trovão.
Fiz essa brincadeira
Porque sou amigo e considero
Vejo em sonho a “marchinha do Osvaldo”
E a “música do Antero”.
Existem coisa nesse mundo
Que a todos causam surpresa
Como a calma do Sebastião Souza
E a brabeza da Tereza.
Era um tempo gostoso
A gente era muito feliz e não sabia
Naquela vidinha humilde
Mas cheia de paz e alegria.
Quantas vezes recordo com saudade
Pessoas antigas que lá viviam
Como José Vieira, Maria Prechede, Maria Honória,
João Cunha, Joaquim Salviano, Manoel Pinheiro e Josias.
Minha conversa está muito comprida
Por isso vou parando por aqui
Relembrando José Gonzaga, Sebastião de Araújo
José Gualberto, José da Mélia, Antônio Lopes, Braz e Geraci.
Taquaral é muito criticado
Isso não preocupa nem faz mal
Ai de Orizona se não fosse
O povo de Taquaral.
Taquaral fabrica quase de tudo
Para nossa Orizona abastecer
Imagine! Fabricamos até a cachaça
Para os “pés de cana” beber.
Tenho orgulho de ser taquareiro
Por isso empunho firme nossa bandeira
Tentando imitar um amigo
O poeta Geraldo Vieira.
Taquaral é sinônimo de alegria
De progresso e união
Terra que ficará sempre guardada
No peito e na alma do Zé Conceição.
Orizona, 20/05/1997
José de Sousa Péres
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