quarta-feira, 20 de abril de 2011

Apresentação

Caro amigo leitor
O livro “Sentimento de um Poeta”
Identifica-se muito com você.
Ele é modesto e simples, porém autêntico e sincero.
É a realização de um sonho antigo, hoje concretizado com muita emoção.

Dedicatória

Quero, com muito carinho, dedicar meu trabalho a um grande intelectual orizonense Olímpio Pereira Neto (brilhante poeta e escritor).
Também ao ilustre professor João de Deus Pereira,
À grande professora Zilca de Castro Borges,
À Maria Bernadete e Silva,
Rodolfo Fernandes de Castro Neto e sua esposa Sandra,
E ao amigo Josélio Fernandes de Castro.
Os quais são meus incentivadores.

Meu muito obrigado pela força.

ORAÇÃO A SANTO ANTONIO

(Moça dos 14 aos 20 anos)
Milagroso Santo Antonio
Que já casou tanta gente
Mande-me um rapaz bem rico
Bonito e inteligente
Que tenha carro do ano
Piscinas de água quente
Não tendo esses requisitos
Não serve, sou exigente

MEUS AGRADECIMENTOS

Caro amigo leitor
Eu quero de coração
Agradecer nesse momento
Pela sua meiga e honrosa atenção.

Pois você teve a tolerância
De ler minhas poesias
Esse é um motivo para mim
De orgulho e muita alegria.

Quero lhe dizer que estou feliz
Também espero que você tenha gostado
Se não gostou, aceite minhas desculpas
Se gostou, digo de coração: – “muito obrigado”.

Aqui ficam os agradecimentos
De um poeta simples, mas cheio de emoção
Que se chama: JOSÉ DE SOUZA PÉRES
Mais conhecido por “Zé Conceição”.


Orizona, 03/04/2001
José de Sousa Péres

ZÉ EDUARDO - O PERFIL DE UMA GRANDE AMIZADE

O livro sentimento de um poeta
Traz como lema a simplicidade
Por expressar um sentimento profundo
De uma pura e sincera amizade

No qual escolhi “Zé Eduardo” como símbolo
Por representar um colega perfeito
Desses que você pode confiar a toda hora
Enfim, um amigo do peito

Há quase quarenta anos nos conhecemos
Por isso digo com muita sinceridade
Não há nada mais gostoso na face da Terra
Do que uma pura e sincera amizade

Me considero um homem feliz
No meu convívio no dia-a-dia
Entre pessoas de consideração e respeito
Que me transmitem esperança e alegria

Graças a Deus posso contar uma infinidade
De colegas, amigos e companheiros
Que me fazem sentir um homem rico
Porém sem luxo, sem patrimônio e sem dinheiro

Eu quisera citar tantos deles
Mas temo cometer injustiça e cair em contradição
Por isso escolhi na pessoa do Zé Eduardo
O representante dos amigos do Zé Conceição



Orizona 03-06-2002
Zé Conceição

MENSAGEM AO PROFESSOR JOÃO

No dia 05 de junho de 1946
Orizona foi agraciada com um grande presente
Pois germinava em nossa terra querida
Uma tão preciosa semente

Que já aos quinze anos de idade
Começou a mostrar seu real valor
Despontando no horizonte dessa terra
O nosso notável e ilustre professor

João de Deus Pereira
Homem humilde, porém dedicado
Um baluarte de relevantes histórias
Uma delas é o estádio gramado,

Onde junto com seus alunos
Em uma perfeita harmonia
Plantaram a grama do Estádio D. Antonio,
Hoje palco de descontração e alegria

Também criou a fanfarra de Orizona
A qual é relembrada com muita emoção
Sendo por vários anos colecionadora de troféus
Brindando sua competência e dedicação

João de Deus sempre deixou sua marca
Seja qual for o assunto
Com muita dedicação e capacidade
Criou em nossa terra o 1° conjunto.

Que por muitos e muitos anos
Foi sinônimo de grande sucesso
Na administração de João de Deus
Sempre se obteve muito progresso

Na divulgação do nome de Orizona
Esse nome que mencionamos com amor
Tendo continuidade com a banda Som Maior
Essa banda de tradição e valor

Não podemos nos esquecer o 1° desfile de 7 de setembro
Que ficará para sempre na memória
Relembrado com saudade por cada orizonense
Como o mais bonito da história

Na educação física
João de Deus como sempre foi o 1°
Por isso ele deixou também sua marca
De um herói, um baluarte e um pioneiro

Que conduziu os destinos dos orizonenses
Sendo admirado por todos os companheiros
Sempre foi amigo dos amigos
E um animado seresteiro

Que demonstrou sua liderança
Dono de uma personalidade brilhante e forte
Reconhecido como líder dos líderes
Na educação, na seresta e no esporte

Pela força de sua voz de prata
Comandou grandes eventos e repartições
Animador das festas de barraquinhas
Sendo um incansável gritador de leilões

Afinal João de Deus Pereira
É uma história viva em nossa cidade
Que consegue cativar cada conterrâneo
Com sua dedicação, seu carinho e sua simplicidade

E é também uma estimada relíquia
Que deve ser com carinho homenageado
Por tudo que fez por nossa terra
Pelos seu relevante serviço prestado

E o que é mais importante
Apesar de tantas e tantas oportunidades
João de Deus preferiu dedicar sua vida
Instruindo os filhos de sua própria cidade

Professor João de Deus Pereira
Sabemos que você sente grande felicidade
De ser na vida o que você foi e você é
Sabemos também que você hoje vive de recordações e saudade

Que Deus sempre o ilumine
Proporcionando alegria em seu coração
São os votos de um admirador,
Seu amigo Zé Conceição



Orizona, 05-06-2002
José de Sousa Péres
(Zé Conceição)

Ó SENHORA APARECIDA

Ó Senhora Aparecida


Ó Senhora Aparecida
Que no mundo é idolatrada
Protegei nossas famílias
Virgem santa imaculada

Do Brasil tu és rainha
De um povo sofredor
Derramai-vos suas bênçãos
Ó mãe do puro amor

Santa virgem medianeira
Grande refúgio dos cristãos
Queremos nesse momento
Pedir sua grandiosa proteção

Protegei o pai de família
Que vive sempre apavorado
O qual sofre noite e dia
Por estar mês e ano desempregado

E a mãe que tanto padece
Em sua luta do dia-a-dia
Enfrentando dificuldades e amarguras
Para criar sua família

Vendo seus filhos tão queridos
Num caminho extraviado
Mergulhado em um mundo perverso
Se transformando em prostitutas e drogados

Ó Senhora Aparecida
Mãe do Santíssimo criador
Iluminai nossa juventude
Derramando sobre eles seu amor

Também pedimos ó mãe querida
Proteção para nossas crianças
Faça deles cidadãos e cidadãos sérios
Pois do Brasil são as grandes esperanças

E aqueles que se encontram doentes
Ou recolhidos numa prisão
Dia do Poeta
Prezado amigo leitor

Hoje é dia do poeta
Por isso considero meu grande dia
E meu modo de comemorar
Foi rabiscar essa poesia

Não considero poeta pelos meus versos
Mas sim, pelo meu profundo sentimento
Porque o poeta é todo aquele que carrega no peito
Um coração sensível e sem recentimento

O poeta é aquele que tem coragem
De manifestar sua alegria e sua dor
Sem medo de ser criticado
Por expressar seu sentimento e seu amor

Todo poeta é sempre sensível
E na maioria é chorão
As vezes quando rabisca uma poesia
Arranca lágrimas da alma e do coração

A palavra poeta é muito abrangente
Porque ela manifesta carinho e emoção
Pois a poesia sai do íntimo da alma
Como fruto de uma inspiração

O ser humano não se torna poeta
Mas sim já nasce predestinado
Porque a poesia é um dom de Deus
E não um material pelo homem fabricado

Você pode até se aperfeiçoar
Buscando sempre novas visões
Mas jamais o ser humano se torna poeta
Através de estudos e facções.

A poesia é o oxigênio da vida
Que mantém vivas as chamas da esperança
Pois ela é doce como favo de mel
E pura como o cântico de um pássaro e o sorriso da criança



Orizona, 14-03-2002
José de Sousa Peres
(Zé Conceição)

DIA DO POETA

Hoje é dia do poeta
Por isso considero meu grande dia
E meu modo de comemorar
Foi rabiscar essa poesia

Não me considero poeta pelos meus versos
Mas sim pelo meu profundo sentimento
Porque poeta é todo aquele que carrega no peito
Um coração sensível e sem ressentimento

Poeta é aquele que tem coragem
De manifestar sua alegria e sua dor
Sem medo de ser criticado
Por expressar seu sentimento e seu amor

Todo poeta é sempre sensível
E na maioria é chorão
As vezes quando rabisca uma poesia
Arranca lágrimas da alma e do coração

A palavra poeta é muito abrangente
Porque manifesta carinho e emoção
Pois a poesia sai do íntimo da alma
Como fruto de uma inspiração

O ser humano não se torna poeta,
Pois já nasce predestinado
Porque a poesia é um dom de Deus
E não um material pelo homem fabricado

O ser humano pode até se aperfeiçoar
Buscando sempre novas visões
Mas jamais se torna poeta
Através de estudos e lições.

A poesia é o oxigênio da vida
Que mantém vivas as chamas da esperança
Pois ela é doce como favo de mel
E pura como o canto do pássaro e o sorriso da criança



Orizona, 14-03-2002
José de Sousa Péres
(Zé Conceição)

LAMENTO DE UM RIO

Nasci no meio de uma restinga
A vegetação com carinho me cobria
Minha água era limpa e cristalina
Pois as matas ciliares me protegia

Com aquela sensação de liberdade
Meu percurso todo dia eu fazia
Saciando a sede dos sobreviventes
Que da minha água bebia

Eu contornava os obstáculos
Encontrados pelos caminhos
Me servia como abrigo
De peixes e de bichinhos

Sempre umedecia as plantas e o ar
Subia ao céu em forma de vapor
Voltava à terra em forma de chuva
Sempre fui um rio a serviço do Criador

Mas o homem com sua ganância
Mudou meu roteiro completamente
Desmataram minhas margens
Fazendo assorear minhas nascentes

Construíram-se barragens em meu leito
E jogaram em mim os dejetos da cidade
Matando minha vida e meus peixes
Com a mais pura crueldade

Minha água hoje é rejeitada
Pois não é a mesma de outrora
Seu mau cheiro é insuportável
Não sirvo para nada agora

Já não umedeço mais o ar
Já não subo mais em forma de vapor
Já não desço mais em forma de chuva
Já não sou mais o rio a serviço do seu Criador

A poluição me arrasa
Virei abrigo de insetos
Hoje sou palco de doenças
E depósito de dejetos

Já não posso sobreviver
Porque não suporto mais a agonia
Meu lamento é por socorro,
Aos defensores da ecologia



Orizona, 10 de outubro de 2001
José de Sousa Péres
(Zé Conceição)

APELO EM FAVOR DA NATUREZA

Fiz esses versos em defesa
Pedindo ao homem que respeite a natureza
Essa preciosa obra do criador
Que ele fez com tanta perfeição
E lhe entregou em suas mãos
Trate-a com mais amor.

Deus deu ao homem a consciência
O poder e a inteligência
E o domínio sobre toda a natureza
Mas ele vai aos poucos destruindo
Maltratando e poluindo
Transformando tudo em agonia e tristeza

Até as matas ciliares estão acabando
Nossos córregos e rios assoreando
Tudo por causa da ganância
Que tomou conta de toda a terra
Transformando a mesma numa trincheira de guerra
Pois o homem é dominado pela ignorância

Hoje, puro não há mais nada
Até mesmo a água se encontra envenenada
A carne, frutas, hortaliças e cereais
Porque o homem perdeu a crença
Ele mesmo provoca as doenças
Que mata o ser humano, a vegetação e os animais

Você meu conterrâneo e amigo
Ouça o conselho que lhe digo
Vamos proteger os nossos mananciais
Assim você estará protegendo sua família querida
E todo sobrevivente que luta pela vida
Não poluindo a água e atmosfera, com veneno lixo e resto de animais


Quero aproveitar a oportunidade
Para alertar também as autoridades
Pela séria e grave situação.
Espero ter dado o meu recado
Através desses versos rabiscados
Pelo punho do Zé Conceição



Orizona 16-09-2001
José de Sousa Peres
(Zé Conceição)

Hino de Orizona

Orizona berço querido
Terra cheia de encantos mil
És amada e protegida
Neste pedacinho de Brasil

Teus encantos são infinitos
Sei que outra igual não há
Terra cheia de felicidade
Onde canta o sabiá

Teu verde representa a esperança
De um povo ordeiro e trabalhador
Que recebe o imigrante
Com fraternidade, carinho e amor

Fostes Capela dos Correias
E também Campo Formoso
Fostes desbravada por um povo
Honesto e corajoso

Teu solo serrano e fecundo
Tantas divisas nos traz
Ajuda alimentar o mundo
O grande celeiro de Goiás

Tua fauna e tua flora
Se encontram sob o céu azul anil
Orizona tu és o coração
Do meu querido Brasil



Orizona 18-09-2001
(Zé Conceição)
Nada muda o destino


Nada muda o destino
Pois ele é traçado pelo criador
Todos nascem para ser feliz
Iluminado pela luz do amor

Para expressar a alegria
Como a beleza de um jardim em flores
Que lançam na natureza o perfume
E enfeitam as vidas com suas cores

Conserve seu gesto fraterno e amigo
Procurando sempre a amar
Abraçando seu próprio destino
Como os rios são abraçados pelo mar

A sinfonia do bem nos anima
Ajuda manter sempre a calma
Na imensidão desse mundo misterioso
Pois o mais importante para nós é a alma

Como o Arco-Iris bebe água na fonte
E jorra as cores de alegria
Assim também o destino deve ser encarado
Como os versos de uma poesia

Porque a poesia é fruto de uma inspiração
De uma ilusão colorida
E produz o alimento sagrado
Que mantém viva as chamas da vida

Ela é curta demais para vivermos oprimidos
Procure viver intensamente a felicidade
Por mais bela que seja a vida hoje
Um dia se tornará um palco de saudade

PREZADOS COLEGAS DO TIME FIRMEZA ESPORTE CLUBE

Hoje acordei relembrando
Senti em meu peito pulsar forte meu coração
Me veio um desejo profundo
De colocar para fora toda minha emoção

Peguei a caneta e o papel
E essa história comecei a rabiscar
Revivendo lances e momentos de alegria
Que de minha mente jamais irá apagar

Quero pedir desculpas aos craques de hoje
Para contar a história do passado
Pois existem craques de grandes nomes
Os quais merecem ser com carinho lembrados

Em meu arquivo existe uma façanha
A qual jamais esqueci
Foi quando ganhamos de 1 a 0
Do time famoso de Itapaci

Sinto orgulho em falar
Daquele time antigo
E saudade de muitos anos
Que carrego sempre comigo

A começar pelo grande goleiro Jazon
O qual parecia uma fera acuada
A gente tinha confiança e certeza
Que em seu gol não passaria nada

Com a ajuda de Nenzinho e Tarcísio
Dois zagueiros firmes e respeitados
Os quais pela raça e determinação
Merecem ser com respeito lembrados

Da mesma forma eram os laterais
Sendo compostas por dois super João
João Luís e João Vieira
Que pareciam um curisco e um trovão

Meio-de-campo também vou dizer
Era a mesma situação
Só porque no meio-de-campo
Jogavam dois Sebastião

Sebastião de Castro
Sempre foi muito tranqüilo e raçudo
Sebastião Quintino digo com saudade
De bola sabia tudo

Sebastião também era representado
Na nossa linha de frente
Pelo Sebastião do “Manelico”
Um centro-avante determinado e competente

“Tõim Neto” foi um grande ídolo da torcida
E dos adversários o terror
Ele deixou gravado em cada campo sua história
Como o mais violento chutador

Pedro Divino foi um craque
Habilidoso e inteligente
Driblava até sua sombra
E todos que encontrava pela frente

Nesse dia fui ponteiro direito
A todos minha raça mostrei
Para o “Tõim Neto” fazer o gol
A bola foi eu que cruzei

Esse time era uma afinada orquestra
Que jogava com raça e dedicação
Com um espírito esportivo
Demonstrando amor à camisa e sobretudo união

Essa partida foi realizada em agosto de 1973
Arquivando mais um capítulo da história
Do time Firmeza Esporte Clube
Colecionadores de inesquecíveis vitórias

Ficando marcado para sempre
Em cada alma e em cada coração
E relembrado com orgulho e saudade
Pelo ex-jogador Zezé Conceição

O qual dedica a todos componentes
Essa escrita como recordação
De um time quase imbatível na época
Comandado pelo super competente Eurípedes Alarcão



Orizona, 04 de agosto de 2002
São 30 anos de saudades
(Zé Conceição)

Sinfonia da natureza

Um azulão no céu surgiu
O calor aqueceu a terra
As trovoadas estremeciam
E a chuva despontava lá na cerra

O cheiro de terra molhada
Inspirava grande felicidade
E o coro alegre dos passarinhos
Me fez sentir muita saudade.

Lá na estrada o curiango
Chorava suas mágoas
Com seu grito de alegria
Dizia com sentimento, “corre água”

E o caburé escondido lá no imburuçu
Cantando com seu jeito preguiçoso
Enquanto o urutau lá nas quebradas
Respondia com um suspiro manhoso

Na comueira do paiol
A coruja emocionada piava
Embalado por esses seresteiros da noite
No meu peito um coração suspirava

Recordando um passado distante
Que jamais irá voltar
Mas os momentos de felicidade
São muito gostosos recordar

Enquanto o rei do terreiro batia as asas e cantava
E a chuva caia lá fora
Os passarinhos com muita alegria
Cantavam ao romper da aurora

O piar dos pássaros pretos
Em uma afinada sinfonia
Os quais transmitiam paz
Esperança e alegria

Quando ouvi uma codorninha que cantava
Lá no alto de um cupim
Me senti algo profundamente
Revirar dentro de mim

Para me deixar mais comovido
E acelerar meu sofrido coração
O maestro sabiá cantava com melancolia
A sua já mais imitada canção

Também a saracura três potes
Com muita euforia cantava
E o pobre do xororó
Lá na palhada solitário piava

A perdiz com seu pio apaixonado
Parecia manifestar seu desespero
Pois um assassino sem coração
Matou seu amado e companheiro

Mas lá no mato a jaó
Num piar comovente e carinhoso
Parecia expressar sua paixão
Por seu companheiro tão charmoso

João de barro alegre construía
Bem no alto da paineira
Um seguro e luxuoso apartamento
Para sua amada companheira

Enquanto isso a rolinha fogo-pagou
Desfilava lá no areião
Juntamente com a juriti
Na mais perfeita união

Com tanta coisa linda ao meu redor
Me senti profundamente inspirado
Para manifestar o sentimento
De um homem super privilegiado

Pois Deus me deu a graça
De nascer no meio de tanta beleza
E a inteligência para expressar em versos
O sentimento profundo, pela sinfonia da natureza.


Orizona 07-09-2001
José de Sousa Péres
“Zé Conceição”

Desejo de um Poeta

O grande desejo de um poeta
É relatar seu próprio desejo
Manifestando-se com orgulho
O sentimento de um humilde sertanejo

Criado pelas forças da natureza
Com carinho, amor e humildade
Cercado de tantas coisas simples
Sem orgulho, rancor e vaidade

E sentir uma amizade sadia
Ser por todos estimado e querido
Longe de tumulto e correria
Sem conviver com assaltante e bandido

O grande desejo é admirar a natureza
O Sol, a Lua e uma noite estrelada
É andar no meio das matas
Contemplar as Campinas, e as verdes invernadas

É ver o arco-íris que corta o céu
Para beber água na fonte
Por detrás dos montes ou serras,
Onde finda a linha imaginária do horizonte

É ver a chuva mansinha caindo
Pois ela faz enverdecer o sertão querido
De onde brota as mais lindas flores
Que dá a natureza um novo colorido.

É ver a água correndo no riacho
Que a séculos brota da mina
E forma remanso e corredeira
Água pura e cristalina

Caindo das grandes alturas
Despencando pelas ribanceiras
Produzindo um espetáculo fascinante
Formado pelas cascatas e cachoeiras

Desejo de um poeta
É ouvir tantos pássaros cantar
E sentir o cheiro da relva
Onde mora o maestro sabiá

É ver o beija-flor com sua pureza
Também curtir o piar do jaó manhoso
O murmúrio do caburé apaixonado
Com seu jeito preguiçoso

É ver o inhambu lá na palhada
No terreiro a codorninha
A beleza da garça branca
E o revoar das andorinhas

A serenata dos pássaros pretos
Ao nascer do novo dia
Dando ao poeta a inspiração
Para fazer seus versos com alegria

Tudo toca a alma do poeta
O cantar da seriema, da perdiz e do bem-te-vi
A saracura três potes, a rolinha - fogo-pagou
Canário-da-terra e a apaixonada juriti

Também uma gostosa pesca de anzol
Sagrada e sadia diversão
Que distrai o poeta sertanejo,
Onde das coisas simples faz sua canção

Tudo que compõe o cenário da natureza
Transmite alegria e felicidade
Se encontra na alma do poeta,
Onde o coração é dominado pela sensibilidade

Que busca no íntimo da alma
A mais pura inspiração
Alimentando assim o desejo do poeta
Que transforma cada minuto da vida em emoção.

Fazendo do seu cotidiano
Sempre um mundo de alegria
Não há nada mais puro que um sentimento
Transformado em poesia



José de Sousa Peres
(Zé Conceição)
Orizona 10-12-2002

A Matemática da Vida

Dando um balanço nos 50 anos de vida
Usando minha experiência e a mente
Recorrendo à matemática confusa
Obtive um resultado surpreendente

Somei minhas amizades sinceras
Fiquei muito constrangido
Tirei a prova dos noves foras
Aí que acabei-me surpreendido

Cheguei a conclusão que amizade pura
É uma ilusão, uma raridade
Notei que não chega nem a 1%
Uma pura e sincera amizade.

Mas mesmo assim multipliquei
O amor pela confiança
Encontrei um resultado tão pequenininho
Acabou diminuindo ainda mais minhas esperanças

Quase não sobrou nada para dividir
Aí já fiquei foi preocupado
Será que o defeito está em mim
Ou é esse mundo que está errado?

Procurei confirmar na raiz quadrada
E também no mínimo múltiplo comum
Encontrei o nível mais baixo de uma fé
Que não leva ninguém a lugar algum.

Senti que era minha vida que estava errada
Nas 4 operações, na porcentagem, na raiz quadrada e na Geometria
Porque eu somava a falta de fé, multiplicava meu egoísmo
Dividia meu rancor e subtraia minha alegria

Recorri a Deus que é o máximo divisor comum
E nele encontrei o grande resultado
Pois ele é o mestre que soluciona todos os problemas
Que encontramos em nossos dias conturbados

Ao raciocinar com meditação e cautela
Fui pouco a pouco somando a harmonia
Foi logo na primeira operação
Encontrei os valores de minha querida família

Cheguei à conclusão que sou amado e querido
Com isso multiplicou minha vontade de viver
Diminuindo a angústia e o baixo astral
Devolvendo meu otimismo para crescer

Hoje considero-me um homem de bem
E levo uma vida digna e honrada
Por isso sinto-me o desejo de dividir com alguém
A experiência de uma vida confusa e atropelada

Cheguei também à grande conclusão
Encontrando em meu espírito a realidade
A gente não é obrigado gostar de todo mundo
Para obter a alegria e a felicidade

Porque às vezes por causa de uma minoria de pessoas
Você se desgosta da própria vida
Joga fora sua auto-estima
E se afasta de tantas pessoas queridas.

Assim somei, dividi, subtraí e multipliquei
Afinal a vida é uma operação
Só depois de tirar a prova real
É que cheguei a verdadeira conclusão

Se Deus nos fez sua imagem e semelhança
Através dele tudo tem solução
Assim aprendeu na universidade da vida
O humilde poeta Zé Conceição.

CONHECIMENTO (GRANDE TESOURO)

Vou falar de antigamente
Para transmitir pra muita gente
Algumas coisas que existia no passado
Houve tantas mudanças
Mas ficaram em mim a lembrança
Em meu arquivo muito bem guardado.

Ouço em sonho o trinado de um berrante
Que num passado distante
Foi sempre repicado nas estradas,
Eram o instrumento dos boiadeiros
Conduzido pelo ponteiro
Para chamar uma boiada.

Aquele repicado manhoso
De um berrante preguiçoso
Tão cheio de emoção
Mas o progresso o desativou
E para sempre transformou
Em relíquia para os heróis do sertão.

Carro de bois também tem sua história
De muita alegria e glória
Nesse querido chão brasileiro
Pois foi o transporte de antigamente
Usado por nossa gente
Nossos grandes pioneiros.

Que com grande sucesso
Transportou nosso progresso
Com muita garra e valentia
Fez de nossa nação gloriosa
Esta terra querida e maravilhosa
Um berço de esperança e alegria.

E o engenho de pau barulhento
Que emudeceu no relento
O som das altas madrugadas
Vou falar a pura verdade
Do seu barulho ficou somente a saudade
E a lembrança que jamais será apagada.

Na minha imaginação
Vejo o monjolo e o pilão
E o rêgo dágua cavado no meio das pedreiras
Relembro e fico muito triste
Pois a casinha de pau-a-pique não mais existe
Ao lado da capoeira.

Onde morava a simplicidade
E transpassava a claridade
Nas noites de lua cheia
Por sua beleza infinita
Ficava ainda mais bonita
E substituía a candeia.

O rádio a pilha era a grande emoção
Pelas suas ondas possantes de transmissão
Diversão que transmitia alegria
Tem dia que fico a imaginar
Vejo em sonho a roda e o tear
Que eram o trabalho das mulheres no dia-a-dia.

Não se compravam quase nada
Fabricavam tinta de anil, ferrugem sabão de dicoada
Diminuindo os gastos da família
Cuia e coité foram trastes a muito tempo
Em tulha de taboca guardavam os mantimentos
Que a família mesma os produzia.

São relíquias do passado
Que na minha memória está guardado
Esse magnífico tesouro
Digo com convicção e sinceridade
Que a verdadeira felicidade
Jamais nascerá em berço de ouro.



ZÉ CONCEIÇÃO 17/04/03

MEU DESTINO

Um dia eu vim ao mundo
Por obra de um grande amor
Para cumprir uma missão
Traçada pelo Criador.

Ao chegar nessa terra
Eu trouxe grande alegria
Para toda uma multidão
Componentes de minha família.

Foi no dia 13 de abril de 1952
Em um casebre simples, mas honrado
No sagrado Domingo da Páscoa
Meu nascimento foi comemorado.

Sendo filho de pais pobres
Porém ricos de bondade e amor
Fui crescendo com humildade
Nesse mundo enganador.

Como um sonho vejo
Minha trilha do passado
Que pelas veredas da vida
Passo a passo ficaram marcados.

Sentí ainda criança
Um golpe doído e profundo
Perdi meu querido pai
Meu maior mito desse mundo.

Convivendo com minha mãe e irmãos
Passei pelos caminhos da pobreza
Mas aprendi na escola da vida
Que o amor e a humildade são a maior riqueza.

Tive minha mãe como professora
A qual nos deu uma grande lição
Que apesar da pobreza deu o exemplo:
Com muito esforço manter nossa união.

Atirado na vida ainda criança
Enfrentei meu próprio destino
Sonhando um dia ser alguém
Escrevendo minha história desde menino.

Destino que fala de sofrimento e tristeza
Mas também de sonhos e alegria
Fala de um menino ambicioso
Que sonhava vencer na vida um dia.

Apesar de muitas frustrações
Hoje sou um homem realizado
Embora sem executar muitos planos
Que em minha vida foram projetados.

Conheci minha esposa
E edifiquei uma família
Sendo pai de um filho maravilhoso
E também de uma linda filha.

Pela estrada da vida eu sigo
Arquivando experiência com dedicação
Descrevendo uma história real
De sonhos, otimismo e muita emoção.

História de um garoto sonhador
Depois um jovem muito dedicado
Que é hoje um senhor de idade
Calejado pelos caminhos do passado.

Colhí na trilha do destino
Tudo que a vida me oferecia
Momentos de amargura e tristeza
Mas também de paz, esperança e alegria.

O destino é traçado por Deus
Por isso o homem vive de ilusão
Assim pensa esse simples poeta
Zezé da Conceição.

Orizona, 10/02/2000
José de Sousa Péres

A. B. C. DA VIDA

Introdução: – Vou dizer o que eu acho
Sobre a coisa mais preciosa
Usando as letras do alfabeto
Falarei sobre essa vida maravilhosa.


“A”

Andando sempre animado
Adoro ver tanta beleza
As coisas mais belas do mundo
Amigo, são a vida e a natureza.


“B”

Bate em meu peito um coração
Batidas de liberdade
Bastante alegre eu fico
Buscando na força suprema a felicidade.


“C”

Cada dia que passa
Clareiam novos caminhos
Cantando espanto o inimigo
Com Deus livro-me dos espinhos.


“D”

Dando testemunha de alegria
Da vida quero falar
Deus fez o homem à Sua imagem
Deu a ele o direito de amar.

“E”

Eu quero sempre agradecer
Expressando meus sentimentos profundos
Escrevendo com muita emoção
Enquanto eu viver nesse mundo.


“F”

Feliz da vida eu vivo
Faço tudo para ser assim
Fazendo o bem sem olhar a quem
Farei isso até o meu fim.


“G”

Guiado por Deus nessa estrada
Guardando seus mandamentos
Garantindo meu bem-estar
Guardo a beleza da vida no pensamento.


“H”

Horizonte da vida só acaba
Hora que a morte chegar
Humilde sempre vivi
Humilhação não quero passar.


“I”

Inspirado faço meus versos
Isso não é fantasia
Importante na vida é a realidade
Importa para mim somente paz e alegria.

“J”

Já sofri muito pela vida
Jamais me desesperei
Junto com minha família
Juro, até fome passei.


“L”

Lembranças horríveis eu tenho
Lastimo quantas injustiças eu já vi
Levando uma vida humilde
Levo sempre comigo tudo que aprendi.


“M”

Mora na minha mente uma admiração
Marcada pela estrela que nos conduz
Mãe é símbolo de vida e tolerância
Mostra seu exemplo através da gestação e da luz.


“N”

Nada é mais precioso que a vida
Não há riqueza que a substitui
Nesse mundo cheio de ilusão
Nem o dinheiro a retribui.


“O”

Onde há vida há também esperanças
Outro dia tive que a alguém dizer
Olha, moço, como a vida é maravilhosa
Orgulho-me pelo milagre de existir e viver.


“P”

Por se própria vale o grande presente
Pensando em tanta beleza
Principalmente pela grande dádiva de Deus
Para o homem, o rei da natureza.


“Q”

Quanta coisa bonita existe
Que esse universo nos proporciona
Qualquer coisa bem meditada é linda
Quando refletida com carinho tudo emociona.


“R”

Resumindo tudo que fazemos
Repare com um pouco de atenção
Realidade da vida é o amor
Renascido do fundo do coração.


“S”

Sentimento puro é privilégio
Sem amor não há como viver
Sempre é dando que se recebe,
São esses o modo de dizer.


“T”

Tudo que Deus faz é perfeito
Tão lindos são as serras e os mares
Também as árvores, os peixes e os animais...
Terra cheia de pássaros com seus cantares.

“U”

Universo, que obra Divina!
União da vida com a natureza,
Um presente, onde Deus conseguiu com muita harmonia
Unir tanta maravilha e beleza.


“V”

Vivo cheio de sentimento
Valorizando tudo que é sagrado
Viajando em busca de conquistas
Vivendo com Deus ao meu lado.


“CH = X”

chateado da vida eu vivia
chatura eu já suportei
Chorando mágoas passadas.
Choro, às vezes, de sentimento pelo que passei.


“Z”

Zelando da maior fortuna que é a vida
Zelo com muita emoção
Zangando com tantas injustiças, por aqui vive
Zezé da Conceição.

MINHA TERRA NATAL

Já escrevi falando sobre vários povoados
Firmeza, Cachoeira e Taquaral
Agora escrevo sobre outra região
Que é minha querida terra natal.

É a inesquecível região da Mata Velha
Lá meu umbigo está enterrado
Onde meus pais, juntos, fizeram os primeiros planos
Sorriram, sofreram até choraram do meu lado.

Foi onde cultivei as primeiras amizades
No saudoso tempo de criança
Brinquei, chorei e tive meus primeiros sonhos
Enfim, vivi as primeiras esperanças.

Sinto uma emoção muito forte
Quando alguém fala em minha região
O peito parece que vai explodir
Com as pancadas do coração.

Recordando tantos momentos gostosos
Que lá trafeguei pelas veredas da vida
Em meio ao verde esperança
E contagiante de minha terra querida.

Recordo até as pedras do caminho
Que eu pisava descalço pelas manhãs frias
Nos caminhos da escola ou do trabalho
Por onde passava no dia-a-dia.

Muitas vezes tremendo de frio
Todo molhado de orvalho
Enfrentando trilheiros e pinguelas
Pelos caminhos do atalho.

Com o passar dos tempos
Surgiu a idade da ilusão
Cada vez crescia mais minha amizade
Entre os moradores da região.

Quando me lembro das reuniões da juventude
Sem querer uma lágrima cai
Sinto um nó na garganta
Suspiro profundo e a voz não sai.

Porque foi um pedaço da vida
Que ficou como herança e recordação
Pois parecíamos uma grande família
Cheia de amor, amizade e união.

Depois vem a parte do lazer
À qual resume mais a amizade
Em cada domingo ou em cada encontro
Era só alegria e felicidade.

Seja no esporte ou num pagodinho
Sempre era uma turma muito animada
Aquela amizade sincera
Por todos era sempre cultivada.

Em sonho vejo os mutirões de serviços
Uma turma de inesquecíveis companheiros
Gritando, cantando ou contando causos
Alegres e felizes o dia inteiro.

As vezes perco o sono e fico a recordar
Num sentimento sincero e profundo
Quantos colegas, amigos e parentes
Que já partiram para outro mundo.


Mas deixaram suas honrosas marcas
De serviço prestados à comunidade
E hoje gozam o merecido descanso
No berço da eternidade.

Aqui deixo meus sentimentos
De amizade, carinho e consideração
Pois a Mata e o oxigênio que eu respiro,
É o sangue que movimenta meu coração.

Porque um dia nasceu
Nessa querida região
O simples poeta sonhador
Zezé da Conceição.


Orizona, 02/04/2001
José de Sousa Péres

HOMENAGEM A SIMONE

Dedico essa mensagem
À minha filha querida
Que representa as cordas do meu coração
Simone Aparecida.

Quero lhe dar parabéns
Por mais um ano de vida
Que Deus a conserve alegre e feliz
Sempre amiga e divertida.

Você representa para mim
A rainha mais bela do universo
Por isso espero que seja ajuizada
É a única coisa que lhe peço.

Seja estudiosa e esforçada
Nunca desanime frente as dificuldades
Lembre-se que seu pai é um companheiro
E seu amigo de verdade.

Apesar de ser um homem pobre
Mas falo de coração
Serei sempre seu defensor
Em qualquer situação.

Às vezes digo que sou pobre
Mas eu sou é sem dinheiro
Pois eu tenho a maior riqueza
Minha esposa e os filhos verdadeiros.

Você hoje colhe mais uma rosa
No jardim da existência
Espero que Deus a ilumine
E lhe dê muita força e competência.

Espero que possa realizar seu sonho
De um dia subir na vida
Tenha fé em Deus e acredita em mim
Que todas as dificuldades serão vencidas.

Quero lutar de unhas e dentes
Para que sua vontade seja realizada
Vou fazer das tripas coração
Para lhe ver um dia formada.

Quero lhe dar um abraço
E a Deus agradecer
Por ter me dado a alegria
De um dia ter você.

Você está em minha vida
Do meu pensamento não sai
Me sinto orgulhoso de ver essa moça linda
E saber que sou o seu pai.

Essa é minha mensagem
Tirada do fundo do coração
Parabéns, minha filha querida,
Receba um abraço do Zé Conceição.


Orizona, 28/09/1997
José de Sousa Péres

O GRANDE VILÃO DO MUNDO

No íntimo de minh’ alma
Fico horas e horas a refletir
Às vezes chega a madrugada
E estou ainda sem dormir.

Pego a caneta e o papel
Para expressar meu sentimento
Procurando entender
O porquê de tanto sofrimento.

Que o ser humano
Passa para sobreviver
Tudo em troca de coisas mudanas
Em busca de algo para se satisfazer.

Vira escravo do dinheiro
Do trabalho e da própria vida
Deixando de lado a realidade
Que muitas vezes passa despercebida.

Vejo sempre os tristes noticiários
Em jornais, rádio e televisão
Que mostram fatos horrorosos
De maldade, ganância e corrupção.

O rico que rouba mais e mais
Na hora da refeição nem sabe o que come
Enquanto o pobre sofredor e miserável
Vive do lixo ou passando fome.

No meu modo de ver
O dinheiro é uma grande armadilha
Que provoca desunião e sofrimento
Entre qualquer nível de família.

Se a família for pobre
Luta para sobreviver,
Sendo remediada ou milionária,
Sofre para tal nível manter.

O dinheiro, o grande vilão do mundo
Até parece ser amaldiçoado
Porque não há quantia de soma
Que deixa o ser humano realizado.

Sendo pouca a quantia,
Traz revolta e frustração
Sendo grande o volume,
Provoca desassocego e preocupação.

O dinheiro sempre foi e será cobiçado
Porque em troca dele Judas vendeu Jesus.
Fazendo-o sofrer e agonizar
Sendo pregado nos braços de uma cruz.



José de Sousa Péres
(Zé Conceição)

FIRMEZA TERRA QUERIDA

Com muito orgulho falarei de uma terra
Que é cheia de encanto e beleza
Cantinho abençoado por Deus
A nossa querida Frmeza.

Falo de alguns pioneiros
Pessoas de grandes valores
Como Dorvalino, Salviano e Sebastião de Castro
Respeitados homens e notáveis professores.

Eu quisera citar os nomes de todos da comunidade
Pois são todos construtores do grande progresso
Mas falo apenas do inesquecível sanfoneiro Eleizon
E do Zeca da Nega, saudoso humorista e falador de versos.

Firmeza, terra abençoada
Quem passa ali nunca se esquece
Foi onde surgiu o primeiro trabalho comunitário
Como a organização dos quatro S.

Também a Congregação Mariana
Que há muito tempo existia
Juntamente com a brilhante irmandade
Chamada de Filhas de Maria.

Já naquela época reunia-se em orações
Onde cantava e rezava o terço
Por ai surgiu o pequeno arraial
Com uma fé pura que vem do berço.

Aquela gente, muito simples e honesta
Com união sempre vivia
Moravam em casa de adobe e de pau-a-pique
Nem piso de cimento havia.

Aos poucos o progresso foi chegando
Hoje está tudo diferente
Mas conserva aquele espírito comunitário
Que vem desde os tempos de antigamente.

Sempre com muita atenção
Eu olho e vejo
Casas de grandes estilos
Piso de cerâmica e banheiro de azulejo.

O nome Firmeza já diz tudo
De um lugar maravilhoso e abençoado,
Onde a história de união é real
Terra de um povo unido e organizado.

Através da união conseguiram até um colégio de 1o grau
Para a atual e a futura mocidade
Fixando assim as famílias na região
Diminuindo o êxodo para a cidade.

Também graças a esse espírito de união
Firmeza Esporte Clube hoje é um nome consagrado
E através de esforços e muita luta
Construíram um belo estádio gramado.

No qual joga um time destemido
Colecionador de troféus por toda a região
Brindando a união, valentia e raça
Os quais se encontram em exposição.

Esse time tem uma história
Que não cabe nesse papel
Por ser colecionador de taças e vitórias
No magnífico estádio Antônio Misael.

Quero deixar um abraço aos firmesenses
E dizer que Firmeza se encontra na alma e no coração
Do ex-atleta e hoje simples poeta
Que ama muito essa terra: – Zezé da Conceição.

HISTÓRIA DO “ZÉ NARDINO”

No dia 13 de junho de 1934
Em Pontinhas nasceu um menino
Que foi batizado pelo nome: José Antônio de Castro
Mas hoje é conhecido por: “Zé Nardino”.

Dizem que ele nasceu raquítico
E demorou a caminhar
Aos sete anos de idade
Ele já começou estudar.

Tendo como professora sua irmã
A qual lhe ensinou a ler e escrever
Com muita calma e paciência
Pois ele não interessava nada aprender.

Seu pai desejava que ele fosse padre
Mas contrariando sua vontade
Internou-o num seminário de padres
Com apenas 10 anos de idade.

Deixou ele no meio dos estranhos
Onde chorava noite e dia
Sentindo-se sozinho e abandonado
Vivendo distante da família.

Não interessando nada pelos estudos
Seu pai vivia no engano
Morou em Goiânia por algum tempo
Mas levava bomba todo ano.

O diretor um dia chegou à conclusão
Que desse mato coelho não sai
Resolveu tomar providências
Comunicando diretamente com seu pai.

Ele sabendo da notícia
Tomou a atitude correndo
Chegou de surpresa para buscá-lo
Sem que ele ficasse sabendo.

Ao chegar, o velho levou um susto
Ouvindo o diretor da escola
Pois o padre dos seus sonhos
Havia sido mandado embora.

Veio para sua casa
O berço que lhe viu nascer
Vivendo ao lado do pai
Que veio logo a falecer.

Com 12 anos foi atirado ao mundo
Sem nem uma instrução
E jogado no serviço
Pelo João seu irmão.

Com apenas 14 anos de idade
Começou a defender sua terra
Sendo quase uma criança
Tomou conta do engenho de serra.

Foram mais de vinte anos
Essa luta de todos os dias
Trabalhando honestamente
Movimentando a serraria.

Sendo de família tradicional
Mesmo no tempo da mocidade
Saía de sua casa a cavalo
Para assistir a missa na cidade.

Sendo de dentro da igreja
Vinha à missa toda semana
Assumindo um grupo de fiéis
Fundaram a Congregação Mariana.

Assim frequentando com dedicação
Durante muitos e muitos anos
Até o fim da instituição
Pelos padres Italianos.

Tocou seu barco para frente
Mesmo desfazendo a irmandade
Passando a ser dirigente de reuniões
Em sua própria comunidade.

Em 1960 veio o casamento
Acompanhado de dificuldade e pobreza
Pois até aquela data atual
Trabalhava apenas em troca das despezas.

Daí em diante começou juntar um dinheirinho
Com muito esforço e economia
Sempre comprando uma bezerrinha
Com seu trabalho do dia-a-dia.

Já com 6 filhos pequenos
Seus gastos foram aumentados
Saiu em busca de outras rendas
Pois tudo se tornou mais apertado.

Resolveu comprar um trator
Seu grande sonho ou pesadelo
Vendeu tudo que possuía e comprou
De uma série foi o primeiro.

Foi lutando dia e noite
Porque ficaram dívidas para pagar
Com aquele trator velho
Ele começou a trabalhar.

Logo o trator queibrou
Ele recebeu um arranco danado
Difícil foi encontrar outra peça
Pois o trator era importado.

Arrumou o trator e foi trabalhar
Na região por todo lado
Tinha que ganhar dinheiro às pressas
Porque arranjou, foi emprestado.

Em 1968 recebeu uma proposta
Que foi uma grande cilada
Trabalhou 6 meses dia e noite
No final não recebeu nada, nada.

Ficando com a mulher e os filhos
Sem dinheiro e sem nada
Só ficou com a coragem e a disposição
Para enfrentar nova parada.

Se vendo sem opção
Voltou de novo para serraria
Mas a tal doença do trator
De sua cabeça não saía.

Em junho de 1971
A estrela começou a brilhar
No trator do Centro – Social
Zé Nardino começou a trabalhar.

Com honestidade e competência
Garra, força e dedicação
Passou a trabalhar com um trator
Ganhando apenas comissão.

Em 1974, Afonso Ribeiro grande amigo,
Reconheceu seu valor
Teve a coragem e a confiança
Financiou em seu nome um trator.

Da mesma forma fez o Ismael Cuiabano
Vendo sua vontade pura e verdadeira
Financiou também em seu nome
Desta feita uma colheitadeira.

Foram dois grandes presentes
Duas máquinas abençoadas
Sendo financiadas em 5 anos
Mas com 3 anos foram quitadas.

O homem que tem qualidade
Mostra a todos seu passado
Zé Nardino deu lição de honestidade
Comprando várias máquinas e Implementos finançiados.

A pessoa que briga por um objetivo
Deus ajuda a ele em todos momentos
Testando-o com tempos de glórias
De fracassos e sofrimentos.

Quem começou cheio de dificuldade
Mas sempre honesto e persistente
Teve seus sonhos realizados
E matou a fome de muita gente.

Chegou a colher 4 mil sacas de arroz
Alimento por Deus abençoado
Teve a felicidade de ser dono de 8 tratores
E vinte e cinco alqueires de terra plantado.

Em 1991 sua mulher adoeceu
Ele fez de tudo para salvar sua vida
Pois ela foi a grande companheira
Que foi por ele escolhida.

Deus sabe o que faz
Eu acho que ele não erra
Nós somos apenas viajantes
Passajeiros por essa terra.

A morte levou junto a ilusão
E um sonho do passado
Só deixou tristezas e recordações
Em um lar puro e sagrado.

Foram 32 anos de prazer e sofrimento
De feliz união a dois
Que começou em 1960
E terminou em 1992.

Depois de muita angústia
“Zé Nardino” venceu sua batalha
Pois é um guerreiro de punho forte.
Que merecia uma medalha.

Essa história escrevi com orgulho
Falando na vida de um homem honrado
Que mostra a todos conterrâneos
Seu passado limpo e respeitado.

“Zé Nardino” é parte de nossa história
Um orizonense da linha de frente
Reconhecido pela sua fibra e seu talento
Como um homem super competente.

O qual dedico essas simples palavras
Pois considero-o um guerreiro e um homem de expressão
Receba em nome de todos orizonenses
Um abraço de seu grande admirador, Zé Conceição.

RAÇAS DE MINHA TERRA

Vou falar nas grandes raças
Que formam a população de minha cidade
Onde reina a paz e alegria
E convive com respeito e amizade.

Falo também em algumas pessoas
Que foram destaques na região
De um modo ou de outro
Deixaram suas marcas nesse torrão.

Com o grande Zequinha Costa
Essa história se inicia
O maior representante político de Orizona
Com muito patriotismo essa terra defendia.

Tinha Dr. Pila, Pedro Ribeiro e Rodolfo Fernandes
E os poetas Antônio Cassiano e Aristeu Ferreira
João dos Santos, Rui e Eli.
Salvino Nunes e Olímpio Pereira.

Abel pereira e Joaquim Antônio
Dois grandes criadores de zebú
Lembro-me com muita saudade
“Do João Diabo, Popôca e do Bidú”.

O inesquecível Benedito Mesquita
Homem humano e de bão coração
Se morria um rico ou um pobre
Era o primeiro a pegar na alça do caixão.

Quando fala no José Marçal
Orizonense que se presa emociona
Homem de honestidade e competência
Grande redescobridor de Orizona.

Também seu Braulino
Personagem que deve ser lembrado
Inesquesível pioneiro de nossa terra
Brilhante pedreiro do passado.

E o saudoso “Nego de Souza”
Sempre era atento e bem informado
Noticiário de Orizona e Campo Formoso
Foi nosso grande jornal falado.

Quero falar no Regi Leão
Seleiro da mais alta qualidade
Fabricou muita sela aqui na terra
Hoje descansa na eternidade.

Recordo de uma grande liderança
Do antigo bairro Croão
Homem direito e respeitado
Nosso inesquecível Joaquim “Quinhão”.

Artur Silva com sua garra
Um respeitado tabelião
O qual dedico esse lembrete
Oferecido de coração.

Nossos finados Milico e “Jorge Bandeira”
Que deram exemplo de humildade
Também o professor Nilson do Gino
Grandes filhos de nossa cidade.

Com saudade me lembrei do “Manoel Pança”
Meu inesquecível companheiro
Aqui fica minha homenagem
Ao nosso valente guerreiro.

Também do amigo Coreira
Eu nunca me esqueci
Nosso saudoso futebolista
Torcedor do Guarani.

O gosadissimo Sebastião Jacó
Deixou suas brincadeiras como lembranças
Pois era nosso grande humorista
Do gostoso tempo de criança.

Viríssimo representantes dos congos
Que muito nessa terra trabalharam
Uma família muito estimada
Por todos os cantos suas marcas deixaram.

À grande família Correia Péres
Fica meu sincero aperto de mão
São os primeiros orizonenses
Que edificaram nessa região.

À família Fernandes de Castro
Que trás como lema a honestidade
Contribuiu com o desenvolvimento
Da nossa querida cidade.

Não posso deixar de falar nos Gonzagas
Povo valente e trabalhador
Faz parte de nossa história
Família de grande valor.

Saúdo a família José Ribeiro
Berço de fé e devoção
Exemplo de nossa pequena Orizona
Para essa imensa nação.

Afonso e Manoel Ribeiro, leigos respeitados
Tem também irmãs de caridade
E o nosso querido Dom Antônio
O maior representante de nossa cidade.

Vou falar nos Cassianos
Com muito amor e amizade
São meus queridos parentes
Povo de muita fibra e boa vontade.

Temos orgulho da família Marçal
Pela honestidade e competência
Também pela dignidade e respeito
Pelo esforço e inteligência.

Encho o peito para falar nos Linos
Que para trabalhar é sem igual
São os grandes representantes
Do povoado de Taquaral.

Nos Gonçalves preciso falar
Povo que todo orizonense admira
Tendo como representante maior
Nossa saudosa Dona Zulmira.

Os Bertoldo, os Paula e os Meireles representam
O nosso povoado de Egirineu Teixeira
Os Mendes, os Caixetas e os Motas
Representantes de Corumbajuba, Buritizinho,
Montes Claros e Beira.

Os Mesquitas são uma grande raça
Que merecem serem lembrados
Na pessoa de Augusto Mesquita
Um grande herói do passado.

Quero saudar os fundadores de Orizona
A honrada família Pereira
Da qual sai valiosos talentos
Misturado com Albino Vieira.

Falo nos Souzas com muito orgulho
Um povo humilde e trabalhador
O qual é representado por Joaquinzinho Bastos
Meu ilustre bisavô.

Sei que você está cansado,
Pois estou há muito tempo falando,
Aguenta firme mais um pouquinho
Lembrei da família Cuiabano.

As famílias Nunes e Silva
Nos transportes eles foram os primeiros
Florentino Nunes e Pio José da Silva,
nossos grandes pioneiros.

Também um cumprimento aos Turcos
Nossos respeitados comerciantes
Que fizeram de Orizona sua pátria
Esses estimados imigrantes.

As famílias Silva, Porto, Helou e Oliveira
Deram os famosos escrivãos de nossa cidade
Que demonstram competência
Muita solidez e honestidade.

Aos Velosos, Leões, Saveedras e Lucas vai meu abraço
Meus cumprimentos e minha amizade
Também aos Limas, Pintos, Pinheiros e Lorenzos
Desejo muita paz e felicidade.

Falo nos Canedos, Costas e Araújos
Grandes nomes que devem ser lembrados
Junto com Marianos, Paivas, Vaz e Lourenços,
Alves, Britos, Tinãs e Machados.

Aos Guimarães, Issas, Tiagos e aos Morais
Demostro minha sincera consideração
Junto com Lemos, Matias e Delfinos
Monteiros, Marcelos, Dias e Pimpãos.

Bentos, Lopes, Andrades, Gregórios e Eduardos
Desejo muita paz e harmonia
Também aos Polinos, Santos, Aleluia e Fonseca
Prosperidade e alegria.

– Damasceno, Policenas, Cassimiro e Elias,
Venâncio, Xavier e Rosas.
Marras, Jacintos, Tavares e Siqueiras
Cardosos, Moreiras e Barbosas.

Às respeitadas famílias, Borges e Carvalho
Vai minha homenagem e gratidão
Também aos Marques, Ferreiras e Luís Domingos
Meu abraço e um aperto de mão.

Com as famílias Freitas, Reis e Mouras
Encerro essa história verdadeira
Um forte abraço da família Bastos
Aos Marcelinos, Gomes e aos Oliveiras.

Quero saudar os Cunhas, Soares e Martins
Também Teixeira e Nascimento
Saúdo minha terra abençoada,
Onde tem mulher bonita, pinga boa e homem de talento.


Essa é uma mistura homogênea
Que formam as raças de minha cidade
Onde preto e branco, rico e pobre
Tem os mesmos direitos, respeito e liberdade.

É uma cidade humana
Onde reina a paz e amizade
Que recebe os imigrantes
Com respeito, carinho e fraternidade.

Orizona é formada por essas famílias
E está situada num gostoso clima tropical
Fica a 120 km da capital do Estado
E 200 km da nossa querida capital Federal.

Pensando nas famílias de Orizona
Escrevi essa sincera brincadeira
Homenageando os divulgadores de nossa cultura
João de Deus, professor Olímpio e Sônia Ferreira.

No meio desta mistura de raças
Encontramos gente de fibra e talentos
Também simples e trabalhadora
Cheia de emoção e sentimento.

Encontra também um humilde poeta
Que escreve sempre com o coração
E tem muito amor por sua terra
É o modesto Zé Conceição.


Orizona, 02/11/1997
José de Sousa Péres

SAL E LUZ DA TERRA

Ser sal e luz da terra
É estender nossa mão
No momento oportuno
Que necessitar o irmão
É seguir os mandamentos
Ser na vida um peregrino
É aceitar os sofrimentos
Ao cumprir nosso destino

É se bom ser obediente
É praticar o amor
É ter sempre em nossa mente
A imagem do senhor
É ser uma esperança
Ao nosso irmão sofredor
Remédio em suas feridas
Alívio de sua dor

É ter sempre humildade
Ao empregar nosso tempo
Deixar ao longo da estrada
Vestígios de bons exemplos
É ser do coxo a bengala
Do cego um raio de luz
É ajudar o irmão
Carregar a sua cruz.


Orizona, 1984
Sebastião Eduardo e José Pedro dos Anjos

HISTÓRIA DE CACHOEIRA

Por volta de um mil novecentos e vinte e cinco
Surgiu uma idéia genial
De fundar entre os córregos Buriti e Cachoeira
Um pequeno e modesto arraial.

Essa idéia foi amadurecendo
Entre um grupo de fazendeiros
Até que no dia 29 de setembro de 1925,
Rezaram um terço e levantaram um cruzeiro.

Estava consolidada a grande façanha
Daqueles vibrantes pioneiros
Pois acabava de ser lançada a pedra fundamental
Chefiado por Benedito Fogueteiro.

Em seguida começaram a igreja
Aquele povo unido e fiel
Escolheram como padroeiro do povoado
O glorioso Arcanjo São Miguel.

A primeira missa lá rezada
Que deu origem a uma grande tradição
Foi celebrada no dia 29 de setembro de 1926
Pelo então padre Salomão.

Terra onde nossos pais e avós festejaram
E cultivaram grandes amizades
Do mesmo modo nós e nossos filhos
Passamos dias de grandes felicidades.

Cachoeira é um pedaço da história do Brasil
Que é contada com orgulho por cada filho seu
Os quais se encontram por toda parte
Espalhados por esse mundo de Deus.

Também é contada pelos forasteiros imigrantes
Que sem dúvida foram contagiados
Pela amizade, carinho e simplicidade
Que nessa terra são encontrados.

Apesar da grande evolução do mundo
Em nosso querido arraial
No sagrado mês de setembro
Temos uma festa animada e tradicional.

Que sempre teve o brilhantismo dos antepassados
De um saudoso tempo que se foi,
Onde se chegava a pé ou a cavalo
Ou no velho carro de bois.

Essa tradição passa de pai para filho
Sempre persistente, animado e fiel
Aos nossos santos padroeiros
Santa Terezinha e São Miguel.

Com orgulho rabisquei essa história
Falando de uma terra querida,
Onde vivi momentos de alegria e ilusão
De boa parte de minha vida.

Ficando marcado para sempre
Bem gravado na memória e coração
Do simples poeta e pagodeiro
Zezé da Conceição.


Cachoeira, 23/09/2000
José de Sousa Péres

A VIDA NA CIDADE DO INTERIOR

A vida na cidade do interior
É uma vida diferente
Parece uma grande família
Onde todos conhecem toda gente.

Um dá notícia da vida do outro
Pois vivem em comunidade
Sabe se o vizinho é bom amigo
Ou se é perigoso ou covarde.

Da notícia da dívida do outro
Não a ninguém estranha
Sabe se o vizinho é trabalhador
Até quanto ele ganha.

É uma vidinha engraçada
De paz e harmonia
Se deixar de lado as fofocas
Que saem no dia-a-dia.

Quando aparece uma coisa diferente
Vira um comentário geral
– Você sabe que fulana vai casar?
– Não, comadre, pois é, já comprou o enxoval.

Certamente vai vestir véu e grinalda
Para aparecer e ficar graúda.
Pois é, sô, não sei para que essa besteira
Todos estão sabendo que vai casar barriguda.

– Sabe que fulano morreu ontem?
– Nossa, será que foi de repente?
Não, comadre, foi aquele pinguço filho do seu Zé
Que provocou um grande acidente.

Será que ele está preso?
Que nada, a polícia nem foi atrás,
Pois é, comadre Filomena,
Por isso que o mundo está cheio de marginal.

Compadre, vou contar-lhe a mais nova
Nosso vizinho comprou um carro financiado.
Mas como? Ele conseguiu comprar?
Me falaram que ele está quebrado.

Semana atrás o compadre Zé me falou
Que ele estava num beco sem saída
Eu sei que aquela dívida do Pronaf, compadre,
Há muito tempo está vencida.

Como será que ele vai pagar
Se nem tem o que fazer?
Vive sempre de bar em bar
E o que ganha dá mal para comer.

– Comadre Bastiana do céu!
Ontem cheguei ficar arrepiado
Acho que o compadre Chico enlouqueceu
Ou ele está doido ou delirado.

Vi ele junto com nossa vizinha
Num lugar absurdo
Tenho medo que o compadre Bastião fique sabendo
E passa fogo em tudo.

– Que nada, compadre,
Ele já está é carrancudo
Nem dá bola para isso mais
Porque acostumou a viver chifrudo.

– Compadre Tonho, nosso prefeito morreu e esqueceu de cair
Nunca vi uma administração tão enrolada
Já está no fim de seu mandato.
E até hoje não fez nada, nada.

– Pois é, sô, ele queria era só viver folgado
Às custas do dinheiro do povo.
Só quero ver se na próxima eleição
Vai ter coragem de candidatar de novo.

– Caboclo, eu não sei não,
O padre de nossa cidade é um intereceiro
Ele está enchendo o bolso e arrumando a vida
Pois em toda pregação pede mais e mais dinheiro.

Assim é a vida, na cidade do interior
Cheia de fofocas no dia-a-dia
Mas apesar de tudo, são unidos
No sofrimento, tristeza e alegria.

O importante é tocar o barco
E deixar as fofocas de lado
Porque Jesus mesmo disse
Quem perdoar será perdoado.

Fofocas machucam, mas não alejam
Por isso vamos viver com amizade e amor
Na vida gostosa e tranquila
Em nosso querido interior.

Da qual Orizona faz parte
Onde é o grande rincão
Desse simples poeta observador
Zezé da Conceição.


Orizona, 06/12/1999
José de Sousa Péres

1O DIA DO NOVO MILÊNIO

O mundo hoje presencia
Um espetáculo que ficará na história
A entrada do novo milênio
Esperamos que seja repleta de alegria e glória.

O mundo se encontra em festa
Num momento de expectativa e esperança
Para tantos jovens e adolescentes
Também adultos e crianças.

Muitas surpresas nos aguardam
Nesse milênio que hoje se inicia
Pois vivemos um grande momento
De expansão da moderna tecnologia.

Satélites estão sendo lançados ao espaço
Cada dia em modo diferente
Modernizando nosso mundo
Mudando a vida de quase todos sobreviventes.

Vemos o homem fazendo transplantes
E num estudo profundo sobre o planeta,
Produzindo em sofisticados laboratórios
Órgãos humanos e bebê de proveta.

A comunicação supera o próprio limite
Pois tudo ficou perto nesse mundo
Podemos comunicar com todo o universo
Em fração de poucos segundos.

Mas apesar da sabedoria
O homem é um simples operário do criador
Que jamais chegará além dos limites
Porque o limite é Deus, pois Deus é amor.

Orizona, 01/01/2001
José de Sousa Péres

HOMENAGEM À TIA LADICA

Vou descrever uma história
De uma pessoa tão cheia de bondade
Aos 10 filhos, 76 netos, 130 bisnetos e 17 tatara-netos
Dá exemplo de amor, carinho e bondade.

Em 05 de fevereiro de 1909
Veio ao mundo essa pessoa famosa
Que foi batizada pelo nome abençoado
Laúdia Policena Rosa.

Em Santo Antônio do Rio Verde,
Numa deserta região
Nascia a querida “tia Ladica”
Lá no município de Catalão.

No ano de um mil novecentos e dezenove
Porém aos dez anos de idade
Veio em companhia de seus pais
Para se instalar em nossa cidade.

Às margens do ribeirão Cachoeira,
Onde passou tempos de alegria
Ao lado de seu pai Augusto Policena
De seus irmãos e sua mãe Maria.

Terminando seu tempo de criança
Surgiu a idade de adolescente
Que terminou no dia 14 de setembro de 1925,
Pois aos 16 anos casou-se com seu marido Vicente.

Passando a morar na casa do sogro
Que ficava ali mesmo na redondeza
Na região que todos conhecem bem,
A nossa querida Firmeza.

Sempre muito religiosa,
Acredita na força do alto
Por isso educou seus 10 filhos
Morando na cabeceira do Salto.

Sua bondade e calor humano à todos sempre fascina
Pois zelou com muito amor de sua sogra
Também criou sua sobrinha Divina.


Sentindo já bem cansada
E o peso ingrato da idade
Resolveu deixar seu sítio na roça
E vir morar na cidade.

No ano de um mil novecentos e sessenta e cinco
Início de uma grande transformação
Deixou sua vida calma e pacata
Para trabalhar em boteco e pensão.

Comemoramos hoje seus 90 anos
De uma vida cheia de glórias
Porque com sua garra e humildade
É uma mulher colecionadora de vitórias.

Esses 90 anos é um presente de Deus
Para “tia Ladica” e a todos da família
Vemos nela o grande exemplo
É a nossa estrela que brilha.

Sei que Gustavo, Maria e Ana
Hoje se sentem alegres de verdade
Pois comemoram o aniversário de sua mãe
Juntos com Augusto, Madalena e Piedade.


Também lá no céu
A uma grande comemoração
Por tio Vicente e seus filhos
Tereza, Lázaro, “Zezico e Joaquinzão”.

Juntamente com seus netos
Que morreram na flor da idade
Como João Rosa, Henrique e Vicentino
Também Claúdio e Vasco filhos da Piedade.

Sei que nesta hora Deus uniu a família
Para abrilhantar esse bonito cenário
E dar parabéns à “tia Ladica”
Pela passagem de seu aniversário.

Com esse pensamento eu termino
Essa homenagem com muita emoção
Que Deus ilumine minha tia querida:
São os votos do seu sobrinho Zé Conceição.

Unidos em um mesmo ideal
Vamos dar um viva com muita alegria
Afinal 90 anos de idade
Não se comemora todo dia.


Orizona, 05/02/1999
José de Sousa Péres

AMANHECER NA FAZENDA

Hoje acordei com uma serenata
A qual trouxe-me grande emoção
Pois os componentes da banda eram tão afinados
Que inspiravam em suas melodia uma oração.

O galo manhoso dava o tom
E o cântico dos pássaros preto se explodia
Num cantar comovente e maravilhoso
Ao surgir a barra do novo dia.

Olhei a linha do horizonte
Senti o peito suspirar
Relembrei um passado distante
Que jamais irá voltar.

Contemplei um verde de esperança
Que dá vida à natureza
Com flores lindas e radiantes
De puro encanto e beleza.

Ouvi uma codorninha cantando
Parecia que cantava para mim
Em um palco instalado pela natureza
No alto de um cupim.

Meu peito se explodiu
De alegria e felicidade
Me senti um homem privilegiado
Por gozar uma ampla liberdade.

Não há nada mais comovente
Do que um amanhecer no interior
Onde a própria natureza por se mesma
Proporciona paz, ar puro e amor.

Orizona, 07/02/2000.
José de Sousa Péres

HOMENAGEM AO PAPAI

É com muita alegria
Que eu quero nesse dia
Cheio de amor lhe abraçar
Você é meu melhor amigo
Que sempre me livra do perigo
Por isso eu quero lhe homenagear.

Em você coloco minha grande esperança
Pois só você é amigo fiel e de confiança
Que me dá segurança e proteção
Sempre trabalha com muito amor
Derramando seu sagrado suor
Para não me faltar o pão.

Você enfrenta terríveis situações
Passa sofrimentos e opressões
Para meu pão de cada dia defender
Quantas vezes já o vi desesperado
Sendo pela vida injustiçado e humilhado
Para trazer nas mãos o de comer.

Em você encontro apoio financeiro e moral
Que no mundo ninguém tem igual
Com muito orgulho posso dizer
Pai é nome santo e sagrado
Por isso lhe digo: – muito obrigado!
Em nome de Deus quero lhe agradecer.

Vejo quantas criancinhas
Que não tem a mesma sorte minha
Não pode o pai abraçar
E tem dentro do peito
Um triste sonho desfeito
Vivendo no mundo a vagar.

Não tem quem dá educação
Nem segurança e proteção
E é criado na escola do mundo
Sempre em más companhias.
Anda no seu dia-a-dia
Transformando-se em marginal e vagabundo.

Eu falo alegre e orgulhoso
Pois tenho um pai amigo e bondoso
Digo isso com amor e emoção
Pois apesar das dificuldades
Consegue cativar os filhos com infinita bondade
Papai do meu coração.

Pai agradeço por tudo que faz por mim,
Que Deus o conserve assim
Firme nesta batalha
Sendo meu grande companheiro
Amigo, fiel e verdadeiro
Meu herói sem medalhas.



Orizona, 30/07/98
José de Sousa Péres

HISTÓRIA DO TAQUARAL

Do meu Taquaral querido,
Eu agora vou falar,
É terra que eu tanto gosto,
Por isso quero homenagear.

Eu vi o Taquaral nascer
Do meio do matagal
Assisti com muito orgulho
O lançamento de sua pedra fundamental.

Falarei em algumas pessoas
Que presenciaram essa realidade
Uns são testemunhas como eu
Outros descansam na eternidade.

Primeiro que eu falo
É de um grande lutador
Achiles Ribeiro de Araújo
O primeiro professor.

Tem coisa que a gente não esquece
Fica sempre na lembrança
É de um passado muito antigo
Quando eu era ainda criança.

Comecei estudar lá
Em uma casinha ao lado do campo
Feita de adobe e de madeira roliça
Não tinha folha de porta e poucos bancos.

Tudo era muito simples,
Mas gostoso de viver
Aquela felicidade contagiante
Não dá para esquecer.

O progresso foi chegando
Taquaral foi premiado
Ganhou um grupo moderno
Grande e confortado.

Isso que falo é verdade
Quero que você veja
Naquela ância de progresso
A comunidade construiu uma igreja.

Primeiro festeiro foi Adelonso
Homem alegre e estimado
Foi a maior festa de todos os tempos
Do meu Taquaral afamado.

Teve parque e rodeio
Nunca me esqueci algumas cenas
“Zé Cunha” oferecia para o Milto Cunha
A música: – Berrante da Madalena.

Me lembro do Realino
Sistemático e impertenente
Também tinha Pedro Lino
Respeitado por ser valente.

E o nosso saudoso André
Que da minha mente não sai
Era esperto igual um curisco
O grande amigo do meu pai.

José Cuiabano e Valdomiro Gonzaga
Dois homens de verdade
Nos corações dos taquareiros
Deixaram recordações e saudades.

Tem também três grandes homens
Que merecem ser lembrados
Abel Vieira e Abel Pereira
E o Sebastião Lino seus cunhados.

A coisa que a gente não esquece
Parece até brincadeira
Como a prosa do José Lino
E a risada do Joaquim Vieira.

Tudo que Deus faz é perfeito
Tem uma que acho muito certo
Deu a brabeza para o “Dito Borges”
E a calma para o Manoel Gualberto.

José Lopes e Geraldo Lino
Foram dois grandes carreiros
E o nosso saudoso João do Osvaldo
Um animado violeiro.

Milton Cunha e José Pedro
Eram os boiadeiros da região
Coitado do Ovídio Cunha
Foi morto por um trovão.

Fiz essa brincadeira
Porque sou amigo e considero
Vejo em sonho a “marchinha do Osvaldo”
E a “música do Antero”.

Existem coisa nesse mundo
Que a todos causam surpresa
Como a calma do Sebastião Souza
E a brabeza da Tereza.

Era um tempo gostoso
A gente era muito feliz e não sabia
Naquela vidinha humilde
Mas cheia de paz e alegria.

Quantas vezes recordo com saudade
Pessoas antigas que lá viviam
Como José Vieira, Maria Prechede, Maria Honória,
João Cunha, Joaquim Salviano, Manoel Pinheiro e Josias.


Minha conversa está muito comprida
Por isso vou parando por aqui
Relembrando José Gonzaga, Sebastião de Araújo
José Gualberto, José da Mélia, Antônio Lopes, Braz e Geraci.

Taquaral é muito criticado
Isso não preocupa nem faz mal
Ai de Orizona se não fosse
O povo de Taquaral.

Taquaral fabrica quase de tudo
Para nossa Orizona abastecer
Imagine! Fabricamos até a cachaça
Para os “pés de cana” beber.

Tenho orgulho de ser taquareiro
Por isso empunho firme nossa bandeira
Tentando imitar um amigo
O poeta Geraldo Vieira.

Taquaral é sinônimo de alegria
De progresso e união
Terra que ficará sempre guardada
No peito e na alma do Zé Conceição.


Orizona, 20/05/1997
José de Sousa Péres