domingo, 17 de abril de 2011

LEMBRANÇAS DE MINHA CIDADE

Aos amigos de meia ou terceira idade,
Dedico essas sinceras recordações
De alguma coisa que existia em nossa cidade,
Que deixou marcas em nossos corações.

Como o tamboril do largo da igreja,
Sua sombra cativou grandes amizades,
Servia de abrigo para as multidões
Nas festas de Nossa Senhora da Piedade.

Quem não se lembra do Coreto.
Onde era gritado o grandioso leilão,
Que foi destruído sem piedade,
Em nome do progresso e da evolução.

O vai-vem na praça da igreja,
Frequentado por aquela mocidade,
Era o ponto de encontro da juventude,
Quem recorda sente tristeza e saudade.

Também o famoso Pé de Óleo,
Que cresceu junto com nossa gente,
Sua sombra amiga e aconhegante,
Era ponto turístico de antigamente.

O homem sem piedade destrói tudo,
Transforma o ambiente e o cenário,
Destruiu até nossas mangueiras,
Que existiam no nosso seminário.

Seus frutos matavam a fome
Da criança sem dinheiro e inocente,
Por que não falar dos próprios adultos?
Ali estava o alimento de minha gente.

Ali era a padaria dos pobres,
E das crianças que não tinham renda,
Quem não dava conta de comprar o pão
Tinha a manga como merenda,

O homem pelo dinheiro destrói tudo,
Até as relíquias do passado.
Não se vê mais ao lado da igreja,
O antigo e imponente sobrado.

E o campo de futebol ao lado do tamboril,
Que revelou grandes craques do passado
Destruiram da nossa cidade a história
E hoje nem foto é mostrado.

Mas nos resta o Constâncio Gomes
Que todo orizonense estima e admira,
Nos faz lembrar a grande professora,
Nossa saudosa dona Zulmira.

Colégio onde iniciaram brilhantes talentos
Orizonenses de famosas carreiras,
Que vivem espalhados por todo canto,
Honrando nossa Pátria Brasileira.

A saudade nos maltrata,
Quando pensamos no passado
De muitas coisas de estima,
Que devem ser sempre lembrandas.

Também de pessoas queridas,
Que passaram por esse chão,
Hoje, só restam saudades,
Tristezas e muita recordação.

Como João Diabo, Papôpa, Jorge Bandeira
Homens simples e estimados
E o inesquecível Bidú,
Grande leiloeiro do passado.

Quem não se lembra do Padre Cirilo,
Grande vigário de nossa cidade,
Da brabeza do Padre Edmundo
E do Aldorando com sua bondade.

Da farmácia do “seu” Euclides,
Farmacêutico honesto e fiel,
Também, da nervosia e franqueza,
Do estimado Doutor Rafael

O Mauriti Silva precisa ser lembrado,
Um orizonense de verdade.
Idealizador da usina
Que iluminava nossa cidade.

O Hugo com seu açougue
Também foi um grande pioneiro,
Homem honesto e sistemático,
Brilhante e incansável açougueiro.

E o Ibraim “Turco”,
Comerciante da linha de frente...
Atendeu os orizonenses mais antigos
E grande parte de seus descendentes.

O Luís Gomes com sua padaria,
Também deve ser lembrado,
Pessoa honesta e trabalhadora,
Grande padeiro do passado.

Casa Samuel, a loja de nossa terra,
Da qual falamos com grande orgulho,
Sempre foi comandada pelo filho de Orizona,
O nosso guerreiro Getúlio.

Você, meu velho amigo,
Sei que você nunca se esqueceu,
Da antiga máquina de arroz,
Do nosso poeta Aristeu.

Falo no Cruzeiro do Pasto das Almas,
Grande ponto de oração.
Era frequentado pelos orizonenses,
Cheios de fé e devoção.

Quem não se lembra dos banhos no açúde,
Nos tempos de criança e adolescente?
Também do poço do Angiqueiro,
Famosos banheiros de antigamente.

Sei que você, da meia e da terceira idade
Tem tudo isso guardado na memória,
Pois você, como eu, conheceu essas belezas
E também é pedaço dessa história.

Que está apagada para a juventude
E não será revivida nunca mais...
Belezas transformadas ou esquecidas
Cultivadas pelos nossos pais.

Aos amigos de minha terra
Dedico esta gostosa recordação,
Escrita por esse orizonense verdadeiro,
O poeta narrador - Zé Conceição.

Zéze

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