Viajando pela estrada da vida
Deparei-me com uma grande desilusão.
Relembrando o passado gostoso
Meus olhos choraram de emoção.
Revivendo tempos de alegria
Ao lado de grandes companheiros
Onde a amizade era sincera
E o amor puro e verdadeiro.
Os brinquedos muito simples
Luxo não existia
Tudo era improvisado
A gente mesmo inventava e fazia.
Quem não sentiu emoção
No balanço da gangorra de cipó
E um lacinho lá na capoeira
Ver nele dependurado um jaó.
E uma arapuca desarmada
Dentro dela passarinhos pulando
Como o pássaro preto, rolinha
Inhambú ou pomba do bando.
Do cavalinho de pau
Que saudade que me dá
A boiada de sabugo e cabacinha
De limão, pau terra e jatobá.
E a felicidade de ver o rasto de um caminhãozinho
Na lama ou na poeira
Que a gente mesmo fabricava
De marmelada ou de lobeira.
Os banhos no velho regato
Naquela água pura e cristalina
Quando me lembro, o coração suspira
A saudade me invade e domina.
Às tardinhas o brinquedo de bola
Era gostoso e sagrado lazer
Aquela brincadeira sadia
Só terminava ao anoitecer.
A emoção de laçar um bezerro
E vê-lo berrar desesperado
A gente se sentia um herói
Ao ver aquele animal laçado.
Quem se esquece do tempo de criança,
De uma pescadinha de lambari
E do famoso estilingue ou bodoque
Que tirava a vida da juriti?
Um passeio a cavalo
Quem recorda sente saudade
São momentos inesquecíveis
De plena e real felicidade.
Também a gente não esquece
De tanta fruta gostosa
Como o caju da serra, o ingá,
Araticum, gabiroba e a curriola cheirosa.
São tantas coisas que trazem lembranças
Daquela infância humilde e pacata
Que aos poucos vai se distanciando,
Deixando só a saudade ingrata.
Onde as chamas da esperança
São apagadas pelo destino
Transformando em pesadelo
O grande sonho de menino.
Isso é a estrada da vida
Asfaltada pela ilusão
De um meio fio de saudade
Que conduz à solidão.
Zezé
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