domingo, 17 de abril de 2011

A VIDA DE ANTIGAMENTE

Descreverei com muito amor
Como era a vida de antigamente
Pelo que me contam os mais antigos
Era muito diferente.

Existia muita fatura
Muita paz e alegria
Essa história sempre ouvi
De minha mãe,
De meus avós e de minhas tias.

As mulheres usavam roupas simples
Sempre feitas de algodão
Vestido e roupas íntimas
E a antiga combinação.

Sempre as mais granfinas
Para se destacar e ficar bonitas
Usavam colares e brincos de ouro
E os cobiçados vestidos de chita.

O homem pela mesma forma
Tudo na base do algodão
As calças e camisas
E as cuecas samba-canção.

Usavam também chapéus de lebre
Para ficar mais atraentes
E os finos palitós de gasemira
O luxo de antigamente.

As moças simples e humildes
Puras e muito bonitas
Usavam tranças nos cabelos
Amarrados com tiras e fitas.

Andavam-se à pé ou de cavalo
Enfrentavam a mata e a escuridão
Também o frio e o atoleiro
Para chegar à diversão.

O sanfoneiro muito animado
Tocava xote, valsa e marchinha
Dançavam com muito respeito
E alegria à noite inteirinha.

Tinha a dança de roda
De chapéu e do toquinho
Os pagodeiros sempre afinados
Falavam ligueiro seus versinhos.

Dizem que era muito gostoso
O namoro de antigamente
Não existia esse agarra agarra
Que é escandaloso, triste e indecente.

Os jovens sempre bem intencionados
Quando começavam a namorar
Não havia namoro passa tempo
Só namoravam mesmo pra casar.

Era tudo muito simples
O enxoval daquele tempo
Tudo na base da economia
Os utensílios do casamento.

A casa era de pau-a-pique
Luxo não existia
O piso era de chão batido
E a cama era de furquilha.

Os trastes eram cuia e coité
De barro faziam-se potes e talhas
Coberta e lençol de algodão
Travesseiro de paina e
Colchão de palha.

O casal vivia muito feliz
Os dois trabalhavam noite e dia
As vezes com dificuldades
Para criar sua família.

Não se ouvia falar em disquite
Era uma pura e feliz união
A única coisa que separava o casal
Era mesmo sete palmo de chão.

Dava bom exemplo com sua vida
Tinha respeito de verdade
Criava a família com muito amor
Cheia de carinho e amizade.

Tudo hoje está mudado
Casamento virou um triste vício
Sem preparação e responsabilidade
Acaba logo no início.

Hoje está tudo diferente
É só luxo e vaidade
Acabou aquele amor puro
Que durava a eternidade.

Eu tenho muito observado
Com tristeza e atenção
Parece mesmo os fins dos tempos
Essa grande desunião.

A história antiga é muito bonita
Cheia de grande admiração.
A de hoje entristece o mundo
E esse humilde poeta Zé Conceição.

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